quarta-feira, 19 de novembro de 2014

CPI da PETROBRÁS

CPI Petrobras: partidos dizem que agora vão ao fundo do poço

Comentários:
Não existem diferenças entre os partidos políticos. Cleptocracia...Tão escancarada e ousada... Antigamente, os desvios públicos feitos pelos canalhas ligados na política Brasileira eram coisas na ordem de menos de "Milhão". Agora, aprimoraram o método de roubo a nos deixarem pasmos com seus humildes "Bilhões".


01. O tranquilo ambiente político na CPI da Petrobras, que chegou a produzir (no dia 5/11/14) o famoso “acordão” entre o PT e o PSDB, para não convocar nenhum dos seus protegidos, foi para o espaço. Depois que a Comissão aprovou, por 12 votos contra 11, a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, acusado de recolher propinas na Petrobras em nome do seu partido, foi decretado o “salve-se quem puder”. Agora os parlamentares petistas e seus aliados querem convocar os tesoureiros de todos os partidos. Qual o fundamento? É que as principais agremiações receberam “verbas” das empreiteiras encrencadas na operação Lava-Jato. Nenhum partido grande está fora do crime organizado tramado pela troyka maligna composta pelos políticos, partidos e outros agentes públicos + agentes econômicos + agentes financeiros.

02. Para que servem as provas encontradas ou coletadas pela CPI? Servem para o Ministério Público processar os responsáveis pelas falcatruas descobertas. Logo, embora a CPI esteja com seus dias contados, tudo que apurar não será de todo inútil. A quebra dos sigilos de Vaccari fez o vice-presidente do PMDB, senador Valdir Raupp, remexer-se na cadeira. Ele disse: “a política e os partidos foram criminalizados''. E que, ao mexer com o tesoureiro do PT, a CPI convulsiona ainda mais a cena. “A coisa vai ficar pior ainda”! Afinal, completou, “Qual é o papel do tesoureiro? Arrecadar fundos legais para campanhas!” A turma do “deixa disso” bem que tentou dissuadir a maioria da sua momentânea volúpia investigativa. Mas nada conseguiu. O clima é o de que agora a CPI vai ao fundo do poço. Será?

03. Os parlamentares fizeram bem em finalmente tomar medidas concretas que põem contribuir para apurar o escândalo da Petrobras, mas nunca deixam de praticar o jogo de sempre: impressionar a torcida. No princípio do século XIX, J. F. Lisboa (Jornal de Timon) já descrevia o funcionamento da política brasileira da seguinte forma: “mal ergue um deles a voz para exprobrar ao outro tal erro, tal falta e tal crime, para logo a exprobração contrária quase idêntica vem feri-lo no coração, fazendo-o emudecer completamente, posto que a falta de pudor é a qualidade dominante de todos eles: pudor, moral, respeito e decoro nada significam desde que triunfem nas urnas e levem a cabo seus mesquinhos desígnios”.


04. Em seguida conclamava todos à ação: “se atarmos os braços a vãos receios e esperanças, deixando-nos atoar ao sabor dos acontecimentos, e aguardando que venha um novo Moisés com a mágica varinha abrandar o rochedo, e operar o milagre da regeneração, ficaremos para todo sempre transviados no deserto, sem jamais por os pés na cobiçada terra da promissão”. Se não queremos desistir do Brasil, não podemos ficar de braços cruzados esperando que o poder político-empresarial promova as reformas e os controles de que tanto o país necessita. Como bem disse Martin Luther King Jr.: “Se não puder voar, corra. Se não puder correr, ande. Se não puder andar, rasteje, mas continue em frente de qualquer jeito”.

Fonte: JusBrasil

domingo, 2 de novembro de 2014

Desmatamento nos mananciais acentua a crise de abastecimento de água em SP

A pior crise hídrica da história. Essa conscientização só será possível quando educação ambiental e políticas públicas caminharem juntas. A agressão à natureza tem seu custo, e agora a conta está aí para ser paga.


Desmatamento nos mananciais acentua a crise de abastecimento de gua em SP

Nem só de falta de chuva e calor recorde vive a pior crise de abastecimento de água já registrada no Sudeste do Brasil. Estudo recente da Fundação SOS Mata Atlântica mostra como o desmatamento e a ocupação irregular de áreas de mananciais contribuíram para agravar os impactos da seca histórica.

O levantamento avaliou a situação da cobertura florestal natural nas bacias hidrográficas do Sistema Cantareira, do Rio Paraíba do Sul e do Rio Guandu, além da presença de vegetação nativa nas margens dos rios que abastecem seus reservatórios.

O estudo teve como base as imagens de satélite do último Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, que avaliou a situação da vegetação nativa nos 17 Estados com ocorrência do bioma, no período 2012-2013. O Atlas, que monitora o bioma há 28 anos, é uma iniciativa da Fundação SOS Mata Atlântica e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), com patrocínio de Bradesco Cartões e execução técnica da Arcplan.

A partir de imagens do satélite Landsat 8, o Atlas da Mata Atlântica utiliza a tecnologia de sensoriamento remoto e geoprocessamento para monitorar fragmentos florestais acima de 3 hectares. Na avaliação da situação das bacias hidrográficas, realizado pela SOS Mata Atlântica e Arcplan, foram identificadas as áreas de até 1 hectare.

No Sistema Cantareira, principal símbolo da crise hídrica, observou-se que cerca de 80% das áreas de mananciais, situadas em municípios dos Estados de São Paulo e Minas Gerais, não contêm cobertura vegetal. Restam apenas 488 km2 (21,5%) de vegetação nativa na bacia hidrográfica e nos 2.270 km2 do conjunto de seis represas que formam o Sistema. Do total de rios mapeados, somente 1.196 km (23,5%) possuem em seu entorno vegetação natural com área superior a 1 hectare.

Nos 56.445 km2 que compõe a Bacia do Rio Paraíba do Sul, que atinge municípios de três Estados - São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro - a situação não é muito diferente, já que somente 14.914 km2 (26,4%) contém cobertura natural. A extensão de rios mapeados é de 42.680 km. Desses, apenas 7.599 km (17,8%) encontram-se em áreas com cobertura florestal superior a 1 hectare. Outros 35.081 km (82,2%) estão em áreas alteradas.

A Bacia Hidrográfica do Rio Guandu é a que está em melhor situação, com 2.939 km2 (62,2%) de remanescentes naturais em bom grau de conservação e 1.584 km (61,9%) de rios situados em áreas com vegetação nativa. Os bons índices de cobertura florestal devem-se, sobretudo, às Unidades de Conservação públicas e privadas existentes nessa região. Do total de áreas preservadas, 1.584 km2 (67%) estão dentro de parques e reservas. Porém, enfrenta outros graves problemas relacionados à poluição decorrente dos baixos índices de saneamento básico.

Como a escala deste levantamento considera extensões de até 1 hectare, não é possível verificar se essas áreas que compõem as três bacias hidrográficas possuem ao menos a mata ciliar (APP de 30 metros) para a proteção de suas águas. No entanto, podemos afirmar que não há mais grandes desmatamentos nessas regiões.

Com base nos resultados desse estudo e diante do cenário atual, é fundamental acelerar as ações de recuperação dessas bacias hidrográficas produtoras de água, seja por regeneração natural ou por meio dos esforços de restauração florestal para proteção das nascentes e das margens dos rios.

Isto porque as florestas naturais protegem todo o fluxo hídrico, extraindo umidade do ar, reabastecendo os lençóis freáticos e impedindo a erosão do solo e o assoreamento de rios, entre outros benefícios. Portanto, têm papel crucial na prevenção de secas e poderiam ter, ao menos, amenizado a crise.

No intuito de contribuir e estimular a recuperação dessas áreas, a Fundação SOS Mata Atlântica lançará, com apoio do Bradesco Cartões e Bradesco Capitalização, um novo edital do programa Clickarvore para a doação de 1 milhão de mudas de espécies nativas para restauração florestal na Bacia do Sistema Cantareira.

Essas mudas possibilitarão a revegetação de 400 hectares - o suficiente para conservar até 4 milhões de litros de água por ano. Entretanto, entendemos a ação como um ponto de partida para outros esforços conjuntos entre sociedade civil, iniciativa privada e poder público. Precisamos contar também com o engajamento da sociedade na proteção dessas áreas, principalmente dos proprietários de terras e das pessoas que vivem no entorno desses rios.

Para que a restauração e a proteção das bacias hidrográficas sejam efetivas, faz-se necessário ainda que os governos atuem de forma integrada, compartilhada e estabeleçam planos com metas claras, com instrumentos de governança e gestão, como a cobrança pelo uso da água a todos os usuários. Também é importante a implantação de instrumentos econômicos, como o Pagamento Por Serviços Ambientais (PSA), destinados aos proprietários de terras, municípios e Unidades de Conservação que preservarem essas áreas. Essencial também é a participação da sociedade nos Comitês de Bacias Hidrográficas, cooperando assim com o planejamento estratégico e a gestão transparente desse importante recurso.

Ao recuperar e proteger nossas florestas, também contribuímos com a garantia da proteção à água de qualidade e quantidade para nosso consumo.

Fonte: JusBrasil